Achei Pará de Minas ouve advogada para falar sobre um ano da Reforma da Previdência

Nesta sexta-feira (13) completa um ano que foi aprovada a Emenda Constitucional nº 103, que trata das novas regras de concessão dos benefícios previdenciários do Regime Geral (INSS) e do Regime Próprio dos Servidores da União. Para falar sobre o assunto, a reportagem do Achei Pará de Minas ouviu a advogada Nadiely Neri Pereira, que comentou sobre o que mudou na vida dos trabalhadores neste período.

"Tivemos milhares de pessoas atingidas pelas novas regras. A grande maioria, que estava prestes a atingir os requisitos e conseguir a tão sonhada aposentadoria, teve que adiar o sonho. As novas regras dificultaram o acesso a aposentadoria para aquelas pessoas que estavam próximas de atingirem o tempo de contribuição mínimo", afirmou Nadiely. De acordo com o advogada, a Reforma da Previdência foi mais favorável aos segurados que faltavam menos de dois anos para cumprir as regras ou com aqueles que já possuíam idade avançada.

"Em alguns casos, quando se trata de valor de benefício, as regras de transição são mais benéficas do que as regras do regime anterior. Muito se tem criticado o texto da reforma, que de fato prejudicou grande número de segurados. Só que, a longo prazo, o trabalhador pode atingir benefícios de valores mais altos, o que deve ser analisado pontualmente, caso a caso", afirmou a advogada, que é especialista em Previdência Social.

Nadiely destacou que a quantidade de benefícios requeridos neste primeiro ano de aplicação das novas regras passou de 1 milhão. "São mais de 1 milhão processos aguardando análise na fila nacional, sem contar com os milhares de processos que esperam julgamento no Conselho de Recursos da Previdência Social (instância recursal administrativa)", declarou a advogada, que recomenda aos segurados do INSS e também aos servidores públicos da união o planejamento previdenciário.

"Diante de tantas mudanças e diante da morosidade dos procedimentos, deve-se ter em mente que o planejamento é sempre a melhor escolha", afirmou Nadiely, que é bacharel em Direito pela Faculdade de Pará de Minas e pós graduada em Direito Previdenciário.

Texto: Antônio Anderson

Foto: Arquivo pessoal da entrevistada

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