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Editorial

Permitido por lei, mas considerado "imoral"

Permitido por lei, mas considerado "imoral"

EDITORAL

A aprovação dos projetos de lei que reajustaram o salário do prefeito, vice-prefeito e vereadores continua repercutindo em Pará de Minas. Nesta sexta-feira (21) populares utilizaram as redes sociais para mostrarem a sua insatisfação com o resultado.

A votação dessa quinta-feira garantiu 12% de reajuste para os servidores públicos municipais e de 10,16% para o prefeito, vice-prefeito e secretários. Os servidores da Câmara Municipal também tiveram seus vencimentos reajustados em 12%, enquanto que o aumento para os vereadores foi de 6,9%.

É bom destacar que o reajuste é permitido por lei. Mas a população de Pará de Minas considera este benefício, ao menos, imoral. E os discursos inflamados de alguns vereadores para defenderem seu “sim” despertaram ainda mais a ira dos paraminenses, que chegaram a ver ironia e até mesmo deboche por parte dos parlamentares na hora de se manifestarem sobre o assunto.

De ajuda com toucinho, a fazer a barba para aparecer nas redes sociais, passando pelo merecimento da recomposição porque tal vereador conseguiu aprovar projetos de reformas em quadras e ruas ou porque ele vive apenas deste salário, os parlamentares se revezaram para justificar o motivo pelo qual estavam dizendo “sim” aos dois projetos.

O reajuste do salário, ou como frisaram alguns vereadores “recomposição de perdas”, vai representar um aumento de R$ 653,65 nos vencimentos dos parlamentares, que antes da votação era de R$ 9.473,22, segundo consta no Portal da Transparência.

O argumento que os vereadores contrários à aprovação deste benefício defenderam na reunião extraordinária era de que o município vive um momento difícil, primeiro com a pandemia da Covid-19 e depois com as chuvas, e não seria a hora de “recompor” os vencimentos.

E essa insatisfação pública já teve a sua primeira consequência. Nesta sexta-feira foi convocada, através da rede social, uma manifestação na porta da Câmara Municipal para esta segunda-feira (24), a partir das 18h, quando está prevista a primeira reunião ordinária de 2022.

Esta não é a primeira e nem será a última vez que questões envolvendo salários de agentes políticos vão causar discórdia em Pará de Minas. O assunto tem um histórico longo e agora está sendo acrescentado apenas mais um capítulo. É aguardar para ver o que vem pela frente. 


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