Ações do IMA impulsionam a cotonicultura mineira e reforçam a competitividade do setor
Medidas como o vazio sanitário e os programas de certificação têm sido fundamentais para o controle fitossanitário, a valorização do produto e o fortalecimento da economia de Minas Gerais.
O estado, atualmente o quarto maior produtor de algodão do país, consolida-se como referência nacional em sanidade e qualidade da produção. Até 2025, Minas já registrou mais de 145 mil toneladas de algodão produzidas — um crescimento de quase 21 mil toneladas em relação ao ano anterior — e exportações que ultrapassaram US$ 35 milhões, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG).
Esse desempenho é resultado direto das ações de defesa agropecuária e dos programas de certificação conduzidos pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que ampliam o acesso a mercados exigentes e fortalecem toda a cadeia produtiva.
Vazio sanitário: proteção essencial contra pragas
Entre as principais medidas para garantir a competitividade e a sanidade das lavouras está o vazio sanitário do algodão, realizado anualmente entre 20 de setembro e 20 de novembro.
Durante esse período, é proibido o cultivo e obrigatório o manejo dos restos culturais e soqueiras, interrompendo o ciclo do bicudo-do-algodoeiro, uma das pragas mais nocivas à cultura.
O IMA realiza fiscalizações por amostragem em propriedades que cultivaram algodão na safra anterior, notificando produtores que descumprem as normas. A falta de conformidade pode gerar autuações e processos administrativos.
Além das ações de campo, o Instituto desenvolve campanhas educativas em rádios, redes sociais e reuniões setoriais, reforçando a importância da adesão às práticas preventivas para a manutenção da sanidade e sustentabilidade da produção.
Rastreabilidade e confiança
O controle fitossanitário aliado ao cadastro das propriedades no IMA assegura a rastreabilidade e credibilidade do algodão mineiro, diferenciais que fortalecem a economia estadual e agregam valor ao produto no mercado interno e internacional.
Certificação: valor agregado e novas oportunidades
O avanço da cotonicultura mineira também é impulsionado pelos programas de certificação coordenados pelo IMA, que reforçam a qualidade e a origem da produção. Minas conta com duas certificações voltadas especificamente ao setor: a Certificação de Origem e Qualidade, do Programa Proalminas, e a Certificação de Algodão, vinculada ao Programa Certifica Minas.
A Certificação de Origem e Qualidade é baseada nos laudos de classificação da fibra, emitidos pelo laboratório Minas Cotton, da Associação Mineira de Produtores de Algodão (AMIPA). O programa traz benefícios diretos para toda a cadeia: produtores certificados recebem, em média, ágio de 7,85% na venda para indústrias mineiras, que, por sua vez, têm isenção de ICMS na compra do algodão certificado.
Em 2024, foram emitidos mais de 1,6 mil certificados, totalizando quase 450 mil toneladas de algodão certificado. Em 2025, o número já ultrapassa 1,9 mil certificados e 32,7 mil toneladas, indicando um aumento expressivo na adesão ao programa.
Já a Certificação de Algodão atesta o cumprimento de normas de higiene, segurança alimentar, ambientais e trabalhistas, alinhando a produção mineira aos padrões internacionais de qualidade.
Além do algodão, o Certifica Minas contempla outros produtos agropecuários, como mel, ovos e frango caipira, leite, carne bovina, queijos artesanais, azeite, hortaliças, frutas, produtos sem agrotóxicos (SAT), orgânicos, cachaça e café.
Fonte: Agência Minas