Política

Mulheres são mais da metade do eleitorado brasileiro, mas só 23% de candidatos nas capitais

Mulheres são mais da metade do eleitorado brasileiro, mas só 23% de candidatos nas capitais

Levantamento realizado pelo Brasil de Fato sobre o mapa das eleições municipais no Brasil apontou que das 312 candidaturas às prefeituras de 26 capitais brasileiras, apenas 59, ou 23%, serão lideradas por mulheres. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres são 52,49% das 147,9 milhões de pessoas aptas a votar nestas eleições.

Das 59 candidatas à prefeita, 22 estão em capitais do Nordeste, 14 no Sudeste, 11 no Sul, seis no Norte e seis no Centro-Oeste. “É um constrangimento não só a ideia de democracia, mas ao ideal que nós mulheres sonhamos com a democracia”, afirmou, em entrevista ao Brasil de Fato, a embaixadora do Vote Nelas São Paulo, Carolina Plothow.

As duas capitais com o maior número de candidatas são Rio de Janeiro e Curitiba, seis em cada. Entre as candidaturas curitibanas, está Letícia Lanz, do PSOL, a única mulher trans a disputar a prefeitura de uma capital brasileira. “Pensando nos movimentos de fragilização das instituições democráticas, que vem em ascendência, não é surpresa que existem capitais onde não há candidatas mulheres para o eleitor votar”, disse Plothow.

Se a Lei 9.504, de 1997, que estabelece a cota de 30% de vagas para mulheres em eleições, fosse aplicada nos pleitos para cargos do Executivo, apenas três partidos a cumpririam na disputa das capitais: PSTU, PSOL e UP. Mas a regra só se aplica em eleições proporcionais, como as de deputados e vereadores.

Das 16 candidaturas às prefeituras do PSTU, sete, ou 43%, serão mulheres. Em seguida vem Unidade Popular (UP), com 42% de representatividade feminina, 3 de 7; PSOL (39%), PSDB (28%), PT (23%) e PCdoB (23%) completam a lista. Dos 32 partidos que disputarão as prefeituras, nove não possuem candidatas: MDB, PTB, PTC, PMN, PRTB, Republicanos, Patriota, Solidariedade e o Novo.

“Acho que isso faz parte de uma construção e de uma visão de mundo. Alguns partidos, principalmente aqueles mais à direita, não acreditam obrigatoriamente, na necessidade de promoção de pautas identitárias ou lutas contra a opressão. O foco é outro", declarou Plothow. 

Fonte: Brasil de Fato

Infografia: Fernando Bertolo/Brasil de Fato


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