Saúde

Especialistas de saúde de Pará de Minas orientam sobre o tratamento do câncer de colo de útero

Especialistas de saúde de Pará de Minas orientam sobre o tratamento do câncer de colo de útero

O câncer de colo de útero pode levar a paciente à morte, mas se descoberto no estágio inicial as chances de cura podem chegar a 100%. E para falar mais sobre este assunto, a reportagem do Achei Pará de Minas ouviu a médica ginecologista Erika Vivianni Amaral da Cunha e a coordenadora da Rede de Atenção de Saúde da Mulher e da Criança, a enfermeira Lilian Lucce, que trabalham no Ambulatório Médico de Especialidades (AME).

“Infelizmente, o câncer uterino é 70% assintomático e na grande maioria das vezes as mulheres só nos procuram quando os sinais da doença aparecem. É importante que elas nos procurem antes e façam os exames para detectar infecções e realizar o tratamento”, afirmou Erika.

A ginecologista destacou que o câncer uterino está relacionado ao vírus HPV, que é sexualmente transmissível . “Houve uma mudança do comportamento sexual das mulheres que estão procurando por mais parceiros e isso aumenta a nossa preocupação”, declarou Erika, que defendeu o uso da camisinha, mas fez um alerta.

“A camisinha deve ser utilizada, principalmente por causa de AIDS, hepatite e sífilis, mas ela não evita o HPV. É muito importante procurar o ginecologista e buscar mais informações sobre  lesões pré-cancerígenas”, afirmou a médica, que destacou ainda a importância da vacinação.

“A vacina HPV foi uma das melhores evoluções para a proteção contra o câncer de colo uterino. Ela protege em média 85% contra a doença. Uma proteção fantástica e que está disponível no SUS”, declarou Erika. A imunização é feita em meninas entre 9 e 14 anos e também em meninos de 11 a 14 anos.

“Apesar da importância da vacina, ainda tem pais que não estão querendo vacinar seus filhos com medo de efeitos colaterais. Tem quem argumente em relação a desmaios e até paralisia cerebral, mas nenhum destes casos são relacionados à vacina. O certo é, não deixem que seus filhos fiquem sem tomar a vacina”, afirmou a ginecologista.

                                                                                                                   (médica ginecologista Erika Vivianni da Cunha)

Em relação ao tratamento contra o câncer uterino, Erika destacou que o SUS tem um protocolo de ações preventivas que devem ser feitas entre 21 e 25 anos. “Mas isso não quer dizer que a paciente não possa vir antes dos 21 anos para ser examinada. Começou a vida sexual ativa, teve alguma coceirinha, está com secreção ou sangramento, a  mulher deve procurar o médico”, informou a ginecologista.

Erika lembrou que são mais de 200 tipos de HPV, 40 relacionados com o aparelho genital e 20 causam câncer. A médica destacou ainda que o HPV sozinho não é o principal responsável pelo câncer. “Cigarro, bebida alcoólica, pacientes com imunossupressão também contribuem com a doença”,  completou a médica.

Sobre as ações desenvolvidas pelo Ambulatório Médico de Especialidades (AME) referentes  ao atendimento das mulheres com casos de câncer de útero, a enfermeira Lilian Lucce destacou que as pacientes são acolhidas para realizarem desde os trabalhos preventivos até o tratamento da doença.

“Primeiro esta paciente procura as Unidades Básicas de Saúde para fazerem os exames preventivos, como o Papanicolau, que vão ajudar a diagnosticar o que ela tem. Quando o resultado sair, caso haja alguma alteração, ela é encaminhada para o AME para ser avaliada e fazer o tratamento necessário”, afirmou Lilian Lucce.

A enfermeira destacou que no Brasil existe uma expectativa de 17 mil novos casos anualmente de câncer de útero e que deste total 6 mil pacientes vão a óbito. “Mas isso pode ser evitado, inclusive com a aplicação da vacina.  Mas é importante também fazer o exame preventivo anualmente”, ressaltou Lilian Lucce.

De acordo com a enfermeira, o AME atende entre 540 e 600 consultas mensais relacionadas ao cuidado com a saúde da mulher. “O exame é tranquilo, mas às vezes a paciente tem vergonha de se mostrar. Esta situação não pode acontecer, ainda mais se levarmos em consideração que o tratamento precoce pode ajudar na cura”, ponderou a coordenadora da Rede de Atenção de Saúde da Mulher e da Criança.

Texto: Antônio Anderson

Fotos: Achei Pará de Minas

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                                                                                                                              (enfermeira Lilian Lucce)

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