Saúde

Pandemia, saúde mental e física são desafios no Dia do Idoso

Pandemia, saúde mental e física são desafios no Dia do Idoso


O Brasil comemora neste domingo (27) o Dia do Idoso, data criada para valorizar a vida depois dos 60 anos, uma fase em que é cada vez mais comum manter uma rotina ativa, com atividades físicas, intelectuais e de diversão. Mas é também nesse período da vida que surge uma das principais preocupações dos idosos e de seus parentes: como fica a capacidade de raciocínio, a memória e a clareza mental de quem já passou dos 60 anos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 28 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, número que representa 13% da população do país. Esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, levando-se em consideração a projeção da população divulgada em 2018 pelo órgão. Aos primeiros sinais de lapso de memória ou de falha nas capacidades cognitivas, muitas pessoas passam a temer o diagnóstico da Doença de Alzheimer, um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades diárias e alterações comportamentais.

Por enquanto, a Doença de Alzheimer não tem uma forma de prevenção específica, mas um bom estilo de vida, iniciada durante a juventude, pode ajudar no tratamento desta mal. Outra preocupação é com os efeitos da pandemia da Covid-29, que impôs um confinamento bem rigoroso aos idosos, já que a faixa etária após os 60 anos é classificada como grupo de risco para o novo coronavírus. 

Por isso, muitos idosos deixaram de procurar os atendimentos médicos, disse o neurologista do Hospital 9 de Julho, Diogo Haddad. “Idosos são um grupo de risco para a Covid-19, e por isso necessitam de maiores cuidados, principalmente voltados ao isolamento. Porém muitos deixaram de acompanhar doenças crônicas por medo e, neste momento, estão procurando atendimento de urgências por descontrole de suas doenças crônicas”, afirmou o médico.

Ele ainda destaca que o isolamento aumentou os sintomas de ansiedade nesta faixa etária. “É um grupo que tende a ter poucas atividades externas e nesse momento o isolamento não permite essas interações e atividades sociais, o que também tem provocado um aumento importante de sintomas ansiosos nesta população”. Uma pesquisa da American Association of Geriatric Psychiatry indicou que 20% da população acima dos 55 anos tem algum tipo de problema de sua saúde mental. Os mais frequentes são comprometimento cognitivo severo e transtornos de humor, como depressão, ansiedade e bipolaridade.

Existe ainda uma preocupação quanto ao suicídio. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2018, apontam para a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foi registrada a taxa média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A taxa média nacional é 5,5 por 100 mil. Este tipo de atitude pode estar relacionado com o aumento de doenças como ansiedade e depressão, que muitas vezes são negligenciadas por familiares e pelos próprios pacientes, que apresentam muita resistência em procurar ajuda.

Fonte: Agência Brasil


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