Saúde

Prefeitura faz balanço da situação da Covid-19 em Pará de Minas

Prefeitura faz balanço da situação da Covid-19 em Pará de Minas

Em coletiva de imprensa realizada na tarde dessa segunda-feira (26) no Ambulatório Médico Especializado (AME), a Secretaria Municipal de Saúde e o prefeito Elias Diniz deram informações sobre a situação da Covid-19 em Pará de Minas. Além do prefeito e do secretário municipal de Saúde Wagner Magesty, estiveram presentes na entrevista a enfermeira Ana Clara Meytre e a médica Grazielle Pereira, além do mecânico Geraldo Magela do Nascimento, que deu testemunho sobre sua infecção e tratamento contra a doença.

Sobre a aquisição de novas doses de vacinas, Elias Diniz explicou que Pará de Minas faz parte do Conectar, um consórcio ligado à Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Através desse consórcio, o município vem negociando a compra de doses da vacina contra a Covid-19. “O Ministério da Saúde já sinalizou à FNP a possibilidade dos estados e municípios adquirirem vacinas neste momento, sem que haja retenção das doses por parte do Programa Nacional de Imunização (PNI)”, destacou o chefe do poder executivo municipal.

Segundo Elias Diniz, com essa compra o PNI faria um abatimento no número de doses destinadas aos municípios que comprarem vacinas. “Não vemos problema nenhum nisso. Se o município tem condições financeiras e reserva técnica para imunizar o montante suficiente para gerar imunidade de rebanho, ótimo. Então faremos isso”, declarou o prefeito. De acordo com o secretário municipal de Saúde Wagner já está sendo alinhada a oferta de atendimento ambulatorial fisioterápico para pacientes que se recuperam da Covid-19.

"Essa assistência especializada será disponibilizada também para pessoas que necessitam de tratamentos cardíacos, pulmonares e motores. A gente sabe que a Covid-19 tem atingido de forma agressiva e não-pontual os indivíduos, em vários aspectos”, afirmou Wagner Magesty, que destacou a importância do Hospital Padre Libério no auxílio ao tratamento dos infectados. “A gente não sabe o que seria de Pará de Minas sem essa estrutura. Enquanto Minas Gerais tinha 900 pessoas esperando por um leito, nosso cidadão conseguiu ser atendido aqui”, afirmou o secretário.

A médica Grazielle Pereira afirmou que a situação ainda é muito grave: “O número de pacientes que morrem ainda é significativo. Não vislumbramos uma luz no fim do túnel. Percebo que as pessoas têm ficado relaxadas quanto à prevenção. Apesar de a vacina estar chegando, o vírus continua sofrendo mutações, dando origem a novas variantes, e formas mais graves podem surgir”, disse.

A médica ressaltou a importância da população manter as medidas de distanciamento social, além do uso de máscaras e álcool. Ela alertou também sobre dois mitos que vêm sendo compartilhados pelas pessoas: “Muitos acham que, se já tiveram Covid-19, não podem pegar de novo. Na verdade podem pegar sim. A infecção não garante a imunidade. A segunda questão, também importante, é a da contaminação após a vacinação. A própria bula das vacinas reforça que elas não impedem que a pessoa se contamine. A segurança oferecida é em relação ao óbito, mas nada impede que alguém, depois de 15 dias da segunda dose, se contamine, podendo ficar doente e transmitir para outros indivíduos”, frisou.

Grazielle Pereira falou ainda sobre a situação complicada pela qual estão passando os profissionais de saúde na linha de frente no combate à Covid-19. Ela fez um elogio a esses profissionais, pelo esforço e dedicação. “Muitos estão trabalhando em vários locais ao mesmo tempo, cobrindo outros que tiveram de se afastar por terem sido contaminados. É uma sobrecarga muito grande, então nosso ‘muito obrigado’ a todos eles.”

A enfermeira Ana Clara Meytre informou que entre dezembro do ano passado e março deste ano foram os meses com maior número de casos confirmados da Covid-19 em Pará de Minas. De acordo com ela, em março foram registrados 534 testes positivos, mas, neste mês de abril, o número caiu para 248. “A gente sabe que em março houve medidas a nível estadual que favoreciam o isolamento social. Mas o que observo é que as pessoas esperam que, de um dia para outro, essas medidas surtam efeito. E isso, na verdade, leva tempo. Quando estudamos o vírus, vemos que ele pode sobreviver durante dias em um ambiente”, disse Ana Clara.

Os dados apresentados mostraram ainda que dos 123 óbitos confirmados até a última sexta-feira (23) na cidade, 17 são referentes a pessoas sem qualquer condição clínica que justificasse a gravidade do caso, ou seja, sem comorbidades. Além disso, outro detalhe importante trazido pela enfermeira foi o de que, embora as mulheres representem 54% do total de casos confirmados, apenas 37% dos óbitos eram de pessoas do sexo feminino.

 A convite da Secretaria Municipal de Saúde, o mecânico Geraldo Magela do Nascimento contou sobre sua experiência de ter sido contaminado com a Covid-19. “Inicialmente, tive uma tosse persistente. No dia seguinte, comecei com febre e, no outro, fiz o teste, que deu positivo. Vim ao Hospital Padre Libério, fui medicado e assinei um termo me comprometendo a ficar em casa. Porém, alguns dias depois, minha situação piorou: fiquei muito fraco, cansado, perdi apetite, paladar e olfato. Então recorri, novamente, ao Hospital Padre Libério, onde foi constatada baixa saturação”, afirmou Nascimento.

O mecânico submeteu-se a exames de raio-x, que mostraram um grande comprometimento pulmonar. Ele precisou ser internado e ficou durante um dia no próprio Hospital Padre Libério, de onde foi transferido para o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), após um agravamento no quadro. “Não consegui sequer me locomover de um hospital para o outro sem oxigênio. Retirar a máscara por pouco tempo já me dava falta de ar”. Após ficar alguns dias na enfermaria do HNSC, ele foi transferido para um leito semi-intensivo, onde ficou internado durante alguns dias.

“Acredito que as pessoas têm de se conscientizar mais. Não é porque saímos da Onda Roxa e fomos para a Onda Vermelha que vamos nos aglomerar. O vírus tem um efeito dominó. Eu não me aglomerava, não ia a bares ou lugares do tipo, no entanto, contaminei outras quatro pessoas de meu convívio. Até pouco tempo, eu via apenas números na imprensa, então não me preocupava tanto. Quando passei a ver conhecidos sendo infectados, vi que a coisa é muito séria”, completou o mecânico.

Fonte e foto: site da Prefeitura de Pará de Minas

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